Purpose-To-Practice (P2P)

Desenhe os cinco elementos essenciais para uma iniciativa resiliente e duradoura (120 min.)

Crises muito reais marcam nosso tempo. E, por mais que gostemos do contrário, parece que fazer o que sempre fizemos, só que de um jeito mais duro, não resolverá. – Charles Johnston

O que é possível? Ao usar o P2P no início de uma iniciativa, os interessados podem modelar juntos todos os elementos que determinarão o sucesso de sua iniciativa. O grupo começa gerando um propósito compartilhado (ou seja, o porquê o trabalho é importante para cada participante e para a comunidade maior). Todos os demais elementos essenciais – princípios, participantes, estrutura e práticas – são projetados para ajudar a alcançar o objetivo. Ao formar esses cinco elementos juntos, os participantes tornam claro como podem se organizar para se adaptar criativamente e aumentar o sucesso. Para grandes iniciativas, o P2P possibilita a inclusão de um grande número de partes interessadas na definição de sua iniciativa futura.

Abaixo: material de apresentação que usamos para introduzir o P2P:

Cinco elementos estruturais – Min Specs

1. Convite estruturante

  • Convide todos ou a maioria das partes interessadas a participar da modelagem de sua nova iniciativa, a fim de especificar seus cinco elementos essenciais: propósito, princípios, participantes, estrutura e práticas.

2. Como o espaço é organizado e materiais necessários

  • Mesas pequenas com cadeiras para as pessoas trabalharem em grupos de 4 pessoas.
  • Uma grande parede com papel de pôster/kraft para registrar o resultado para cada elemento P2P
  • Para cada participante cinco planilhas, uma para cada um dos cinco elementos

3. Como a participação é distribuída

  • Todos os indivíduos que têm interesse em empreender a iniciativa estão incluídos
  • Todos têm oportunidades iguais de contribuir

4. Como configurar os grupos

  • 1-2-4-All
  • Grupo todo junto para concluir cada elemento

5. Sequência de passos e alocação do tempo

  • Apresente a ideia do P2P, os cinco elementos, as questões relacionadas e distribua as planilhas em branco.  5 min.
  • Para esclarecer o primeiro elemento, Propósito, faça a pergunta: “Por que o trabalho é importante para você e para a comunidade maior?”
  • Use 1-2-4 para gerar ideias individuais e histórias para Propósito. 10 min.
  • Em grupos de quatro, compare, filtre e amplie as ideias principais. 10 min.
  • Com o grupo todo, integre os temas e finalize ideias para “Propósito”. 10 min.
  • Passar para os demais elementos P2P, por sua vez, repetindo os três passos de 1-2-4-All. Esteja pronto para voltar e revisar os elementos anteriores conforme necessário (saiba que alguma não-linearidade confusa poderá surgir). Use as seguintes perguntas para orientar o desenvolvimento dos próximos quatro elementos:
  • Princípios: “Que regras devemos obedecer totalmente para ter sucesso em alcançar nosso propósito?”
  • Participantes: “Quem pode contribuir para alcançar nosso propósito e deve ser incluído?”
  • Estrutura: “Como devemos nos organizar (tanto em macro como em microestruturas) e como distribuir controles para alcançarmos nosso propósito?”
  • Práticas: “O que vamos fazer? O que vamos oferecer aos nossos usuários/clientes e como faremos isso?”
  • Depois de cada elemento, pergunte: “Esse elemento lançou alguma nova luz que pede revisões dos elementos anteriores?” 5 min.
  • Quando todos os elementos tiverem sido concluídos, peça aos participantes para se afastarem e analisarem detalhadamente o esboço dos cinco elementos juntos. Peça-lhes para usar o W3 What, So What, Now What? em pequenos grupos para dar sentido a todos os próximos passos possíveis e priorizá-los como um único grupo. 15 min.

Por quê? Propósitos

  • Envolver e focar a imaginação de todos na projeção do futuro coletivo dos participantes
  • Evitar planejamentos somente com um grupo pequeno de pessoas, ou especialistas, a portas fechadas
  • Reunir todos os elementos necessários para empreender e sustentar o empenho, evitando um processo fragmentado
  • Desenvolver estratégias inovadoras que possam ser implementadas e difundidas rapidamente, porque a responsabilidade está compartilhada
  • Aumentar a resiliência e a capacidade de absorver disrupções distribuindo a energia de forma justa
  • Construir a capacidade de adaptar rapidamente qualquer um dos elementos às circunstâncias que mudam.

Dicas e Armadilhas

  • Elaborar um Propósito poderoso e incrivelmente atraente é o passo mais importante: você pode usar Nine Whys, Appreciative Interviews ou TRIZ para aprofundar a conversa.
  • Um propósito pode ser expresso como algo positivo que você vai começar /criar ou algo negativo que você vai parar
  • Trabalhe em ciclos rápidos, ‘caindo-pra-frente’ iterativamente
  • Poderão ser necessárias múltiplas sessões distribuídas ao longo das semanas ou mesmo meses.
  • “Estrutura” geralmente é o elemento que requer mais imaginação e manda pra longe o controle top-down, favorecendo um controle mais distribuído. Metáforas (por exemplo, como podemos nos estruturar como uma planta tipo espada-de-são-jorge?) e representações visuais podem ajudar a desenhar projetos criativos.
  • Princípios: os “devemos” e “não devemos” são, muitas vezes, provenientes de duras lições (positivas e negativas) aprendidas em campo
  • Confie em pequenos grupos para fazer o trabalho pesado e mantenha-os em movimento
  • Mantenha as rodadas dentro do tempo estabelecido, e quando for necessário mais tempo, faça duas rodadas
  • Confie e extraia a experiência inspiradora-desesperadora dos membros do grupo
  • Convide os participantes a usar sua intuição à medida que o processo se desenrola

Combinações e Variações

  • Comece com um ciclo muito rápido de 30 minutos cobrindo todos os cinco elementos para ilustrar a necessidade de ter um Propósito forte e claro: sem um, é fácil criar um design encruado.
  • O registro gráfico ajuda a manter a atenção e o foco através do processo de modelagem, que é rigoroso
  • Você pode adicionar perguntas para enriquecer a conversa sobre Práticas: O que está acontecendo ao nosso redor que cria uma oportunidade? O que está em jogo se não nos arriscarmos? Por onde estamos começando, honestamente?
  • Quando fica demais integrar todos os cinco elementos para um projeto, faça apenas um ou dois elementos do design que parecem mais importantes.
  • Use as cinco perguntas P2P, rotineiramente, como uma lista de verificação (um checklist) fácil para pequenos projetos.
  • Use com grupos virtuais. Convide os participantes a responder às cinco perguntas por meio de uma versão de bate-papo do 1-2-All. Filtre e classifique as respostas com um quadro branco e uma pessoa desempenhando o papel de “sintetizar”. Não se preocupe com a perfeição nas primeiras rodadas. As rodadas virtuais poderão ser aprofundadas ou complementadas com trocas presenciais.
  • Use P2P para estruturar uma sessão de modelagem muito mais longa (por exemplo, um retiro para planejamento ou estratégia)
  • Convide participantes talentosos para assumir papéis (por exemplo, escrever, desenhar, sintetizar)

Exemplos

  • Pelos líderes do “Conversation Café”, um movimento de diálogo
  • O Quality Commons, um grupo de pesquisadores de oito sistemas de saúde, usou P2P para criar com sucesso seu consórcio.
  • Passando pelo primeiro estágio do P2P, uma equipe de gerenciamento descobriu um propósito muito mais profundo do que o esperado. O novo propósito e a experiência compartilhada inspiraram a equipe a repensar seu modelo de negócios.
  • Para orientar o lançamento de grupos de usuários das Estruturas Libertadoras (ELs)
  • Pela regional latino-americana de uma corporação, para lançar uma nova estratégia de negócios focada no cliente
Projeto de P2P do grupo de usuários de Seattle LS (concluído em uma reunião de 90 minutos com 22 participantes). Este trabalho orientou e sustentou o grupo por 3 anos.

Propósito

Por que esse trabalho é importante para você e para a comunidade maior

Nós existimos para inventar e animar uma nova forma de organização, ponderando, praticando, jogando e atacando juntos.

Princípios

Nossa lista de “devemos” e “não devemos”; regras que devemos obedecer para alcançar o nosso propósito

  1. Os usuários devem compartilhar a posse e a responsabilidade pelo grupo
  2. Os usuários devem esperar surpresa, adaptando-se às oportunidades e descobertas à medida que surgem
  3. Os usuários devem manter a transparência e honrar os princípios do Creative Commons
  4. Os usuários devem manter um “foco em soluções” que seja prático para atividades em grupo
  5. Os usuários não devem organizar atividades em excesso
  6. Os usuários devem continuamente convidar e receber novos usuários e novatos no grupo

Participantes

Quem deve ser incluído para alcançar nosso propósito 

  • Membros centrais do grupo (aqueles que se responsabilizam pela organização das atividades)
  • Uma comunidade maior de usuários das LS Liberating Structures (usuários locais, regionais, nacionais e internacionais que participam de atividades)
  • Novatos e novos usuários (pessoas convidadas para participar de atividades de usuários LS)
  • Especialistas influentes e líderes de celebridades que não usam ativamente o LS

Estrutura

Como vamos nos organizar (em macro e microestruturas) e distribuir o controle em busca de objetivos? 

Por enquanto, Fisher e Keith coordenarão atividades administrativas (por exemplo, MeetUp e MailChimp para anunciar reuniões). A liderança das reuniões será alternada entre os membros do grupo de usuários.

Prática

O que nós vamos fazer? O que ofereceremos aos nossos usuários / clientes e como faremos isso?

Quatro práticas vieram à tona:

  • Uma noite presencial por mês, em Seattle, com o uso de ELs para o avanço da aprendizagem;
  • Conferências virtuais ocasionais que incluem usuários internacionais e projetos especiais;
  • Uma festa anual do tipo Open Space/ Chautauqua;
  • E um toque ELs no modelo de consultoria comunitária … para ajudar os novos usuários a obter experiência direta com desafios complexos (serviços de baixo ou nenhum custo às organizações por meio de um consultor experiente em ELs e uma equipe de pessoas menos experientes que querem aprender)

 

Atribuição: Estrutura Libertadora desenvolvida por Henri Lipmanowicz e Keith McCandless. Inspirado por Dee Hock (veja seu livro Nascimento da Era Caórdica).

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